Técnicas e ferramentas da Agricultura 4.0
Estamos acostumados a estudar o avanço da indústria nos
livros de história, mas a realidade é que atualmente passamos por um momento
importante e épico na linha do tempo industrial.
Com o avanço exponencial da tecnologia é inevitável que os diferentes setores da economia sejam completamente transformados e otimizados. Assim se deu início, a Quarta Revolução Industrial ("Indústria 4.0"). Nesse texto abordaremos como a evolução tecnológica trouxe inovações digitais no campo.
A quarta revolução industrial no campo
Segundo a jornalista Carolina Cunha, uma revolução
industrial é caracterizada por mudanças abruptas e radicais, motivadas pela
incorporação de tecnologias, tendo desdobramentos nos âmbitos econômico, social
e político.
Ou seja, estamos em meio a um grande movimento tecnológico
que não afeta somente a área industrial mas sim a sociedade em geral, ao moldar
o futuro das indústrias e logicamente mudar a maneira como vivemos.
Moda 4.0, Compras 4.0, Marketing 4.0... diferentes setores
do mercado estão ganhando o 4.0 de acordo com suas evoluções e não é diferente
quando se trata da agropecuária.
Conhecida como Digital Farming no exterior, a Fazenda Digital ou Agronomia 4.0 está bem avançada no país e o setor já conta com diversas inovações, as quais destacamos as seguintes:
1. Máquinas Autônomas
Uma das inovações mais impressionantes do primeiro setor nos
últimos anos foi a invenção das máquinas autônomas, tais como
tratores que dispensam a necessidade de um condutor.
Um desses conceitos foi desenvolvido pela CNH Industrial, multinacional britânica dona das
marcas CASE, NEW HOLAND, IVECO e outras, o trator desenvolvido pode ser operado
por meio de um tablet ou funcionar de forma completamente autônoma,
com uma rota pré-estabelecida em um GPS.
Outras iniciativas que estão surgindo no mercado apresentam colhedoras que automaticamente reconhecem e colhem os frutos prontos para serem colhidos.
2. Agricultura de Precisão
Outra inovação impulsionada pela quarta revolução industrial
é a Agricultura de Precisão, tão presente no dia a dia dos agricultores
brasileiros que às vezes sequer é vista como inovação.
A AP, como é conhecida aqui no Brasil, surgiu como um sistema de gerenciamento de informações (químicas, físicas e/ou biológicas) e recentemente teve uma adoção significativa a partir do aumento dos dados coletados e de uma maior qualidade das informações georefrenciadas.
Nessa técnica as informações são analisadas em modelos de
dados ("cluster") e são segmentados por tipo e regiões específicas,
sendo possível diagnosticar, isolar e tratar pequenas áreas dentro de uma lavoura,
ajustando, dentre outros fatores a quantidade de sementes, defensivos e/ou
fertilizantes - com base na real necessidade de cada talhão ou parte dele.
3. Internet das Coisas
Cada vez mais estamos escutando o termo “Internet das Coisas” (IOT em inglês), trata-se da ligação de ''coisas'' entre si e/ou com a internet, tais como: equipamentos, programas, serviços, sensores e/ou ferramentas. O IOT no agronegócio teve como base a evolução tecnológica dos sistemas de informática ligados à internet, buscando a integração de
objetos inteligentes – gerando uma comunicação entre eles – para tornar mais eficiente o
sistema como um todo.
De uma forma prática, hoje no campo vemos a implantação de sensores para monitorar
dados importantes como sensores de presença, temperatura ambiente ou dos grãos em uma tulha, humidade do ar, humidade do solo, quantidade de chuva, ou qualquer outra variável que precise ser avaliada. Esses sensores são capazes
de mensurar até mesmo a quantidade de luz/energia recebida pelas plantas e com isso traçar recomendações e planos de ação corretivos ao longo da safra.
Na pecuária podemos destacar também os chips implantados no gado (RFID) para contagem e/ou pesagem dos animais automaticamente (quando detectados por uma antena próxima) e em casos mais sofisticados dispositivos como coleiras são capazes de monitorar o stress de cada animal informando possíveis problemas/situações (doenças, cio/prenhez).
4 . Análise de imagens de Drones ou Satélites
Para acompanhar sua lavoura de perto as imagens
georeferenciadas são uma ótima ferramenta e quanto melhor forem a sua resolução,
melhor será a precisão e o número de análises/indicadores possíveis. Inicialmente esse
serviço era atendido por meio do 'aluguel' de satélites que em determinado
período do dia tirava fotografias da área desejada, porém nos últimos anos os
drones (ou VANTs - Veículo aéreo não tripulado) vem "roubando" esse
espaço, graças a evolução de sua tecnologia que resultou em redução de custo de
aquisição, maior autonomia de voo e facilidade de operar essas aeronaves,
tornando-as bem mais acessíveis aos produtores rurais.
Enquanto o satélite pode ser mais cômodo por não necessitar
de deslocamento até a proximidade da área a ser mapeada ou ainda de equipamento
próprio (ou alugado por prestadores de serviço) eles geralmente oferecem uma
resolução de imagem um pouco menor que a gerada por Drones (DPI - pixels por
polegada), que voam mais baixo e conseguem inclusive escapar de nuvens que
podem atrapalhar as imagens geradas via satélite. O custo final ao produtor vai
depender portanto da fonte de imagem escolhida (Drone ou Satélite),
periodicidade necessária de coleta (número de imagens necessárias em por safra)
e da qualidade da imagem necessária.
A gama de serviços oferecidos por parceiros que operam nesse
segmento, são as seguintes:
-
Fornecedores das aeronaves (diferentes modelos estão no mercado, alguns com asa para garantir maior economia
da bateria e tempo de voo, vários tipos de câmera* (bandas: RGB, NIR ou
outras), diferentes formas de pouso/decolagem e obviamente diferentes preços
-
Provedores do serviço de mapeamento (programação e execução dos planos de voo)
- Fornecedores e plataformas para processamento de imagens
(Imagem como serviço) com indicadores e algoritmos otimizados para agricultura
e por tipo de cultura
Independente da fonte de imagens adotada o mais importante
será o processamento, leitura da informação mapeada e as recomendações a serem
tomadas com base nos relatórios gerados, auxiliando o produtor na tomada de
decisão.
Filtros aplicados nas imagens, somado a algoritmos
computacionais são capazes de interpretar dados das fotos obtidas, sendo
possível identificar informações relevantes, tais como o número de animais em
um pasto, número de falhas de uma
lavoura café, índice de vegetação (manchas indicam possíveis pragas, doenças
e/ou deficiências nutricionais, estresse hídrico, etc.), mapeamento de
topografia/curvas de nível/erosões, dentre outros.
Obs.: As câmeras com a banda NIR (Near Infrared) conseguem
captar faixas espectrais que os seres humanos não conseguem ver, como a luz
Ultravioleta e Infravermelha, com isso conseguem gerar um índice conhecido como
NDVI (Índice de Vegetação por Diferença Normalizada), capaz de avaliar a
cobertura vegetal e atividade fotossintética. Plantas saudáveis absorvem a
radiação solar utilizando-a como fonte de energia no processo da fotossíntese e
refletem infravermelho próximo para atmosfera pelas células das plantas. Quando
mais saudável, verde e hidratada, maior será a absorção do vermelho e maior
será a refletância do infravermelho, por isso esse indicador é muito importante
quando se quer avaliar a ''saúde da lavoura".
Você sabia?
Nosso sistema está preparado para lhe auxiliar na aplicação
de Técnicas da Agricultura 4.0, tais como Agricultura de Precisão (AP) e IOT,
através do armazenamento de informações coletadas para posterior processamento,
análise e geração de gráficos e indicadores para tomada de decisão.
Você pode criar variáveis numéricas ou situações que queira
controlar em cada centro de custo e relacioná-los as glebas e/ou animais da sua
fazenda. É possível definir alertas e metas para cada controle desejado, por
exemplo, você poderá analisar o índice percentual de uma infestação de cada
praga ou doença em cada lavoura ao longo do tempo, ou ainda ser alertado sobre
a previsão de um nascimento com base na data de prenhez de um animal. Os dados
podem ser alimentados no sistema pelo seu celular, computador ou ainda por meio
de planilhas Excel, simples né!?
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