Devido ao crescimento absurdo da população mundial, o avanço do mercado de alimentos é óbvio, no entanto, quanto mais esse setor evolui, mais cresce a preocupação das pessoas com relação ao que estão ingerindo.

As inovações do setor são classificadas como "FoodTech" e amparadas no conceito ''tecnologia dos alimentos'' surgem novas startups que somadas as empresas tradicionais buscam reinventar toda essa cadeia de produção e logística – da originação do alimento a entrega ao consumidor e diversas.

Embora diversas inovações tem redesenhado o setor alimentar, neste artigo focaremos nas questões-chave quando se trata do assunto “Segurança Alimentar”, levando em conta fatores como o georreferenciamento e novas regulamentações afetam o mercado de alimentos.

A realidade do Setor Alimentício

Ao analisar dados demográficos mundiais que apresentam uma população em ascensão sem previsão de recuo, vemos muito otimismo em relação a essa demanda crescente, no entanto, não é bem assim que as coisas funcionam. Hoje em dia somos cerca de 7,6 bilhões de pessoas e a expectativa é de que em 2100 esse número chegue a 11,2 - um incremento significativo.

E o Brasil tem muito a ganhar com isso, figurando como o segundo maior exportador de alimentos (com uma fatia de 5,7% do mercado global), com destaques para exportação de café, soja açúcar, etanol, açúcar, milho, laranja, carne bovina e de aves. Nosso país tem uma grande área agricultável e um ótimo clima para tal. Os produtores daqui terão portanto o desafio (e a oportunidade) de suprir toda essa demanda. Haja comida para tanta gente!

Alimentos ''legais", saudáveis e com procedência

O tempo em que as pessoas estão acostumadas a aceitar produtos, principalmente alimentos, de qualquer origem e procedência já passou. Cada vez mais o consumo consciente está ganhando força, destacamos a preocupação com o uso excessivo de agrotóxicos, desmatamento do meio ambiente, poluição de rios e nascentes, abuso animal e a utilização de trabalho escravo na produção e/ou industrialização de alimentos.

A preocupação em ingerir produtos frescos e saudáveis é um fator real entre os consumidores e só tende a ganhar mais força. Afinal, são diversos os motivos para procurar saber de onde vem os alimentos, abaixo listamos algumas dessas tendências:

1. Uso de agrotóxico

Talvez essa seja a questão mais antiga quando levamos em conta a preocupação do consumidor, o uso excessivo de agrotóxicos pode levar a uma gama de consequências indesejadas.

Recentemente houve uma grande briga política no dilema entre a aprovação e a proibição de determinados defensivos, gerando ainda mais desconforto em grande parte da população. Afinal, além do risco a saúde, existe toda uma questão ambiental em torno do assunto.

2. Processo de fabricação e bem estar animal

A maneira como os alimentos são processados é outra preocupação que paira na mente dos consumidores brasileiros, entender quais as etapas dos processamentos é uma forma de garantir que a empresa preza por métodos mais naturais e menos prejudiciais ao meio ambiente.

As pessoas estão preocupadas com a maneira que os animais são criados (ex: ovos cage-free, provenientes da criação de aves fora de gaiolas), se os alimentos processados reutilizam água, se as empresas usam embalagens recicláveis ou biodegradáveis, se os funcionários da empresa tem um tratamento digno, entre outros fatores.

3. Produtos frescos e mais saudáveis

Uma das questões que mais cresce é a possibilidade de entender se o produto é realmente fresco ou já foi colhido a certo tempo, o que pode diminuir a quantidade de nutrientes presente no produto.

As pessoas estão preocupadas se o produto é orgânico, integral, se o teor de sódio ou carboidratos contido é aceitável, se há adição de conservantes nos alimentos, se é light/diet, entre outros.

4. Produto alergênico

Outra questão que tem se destacado é relacionada com a quantidade de pessoas que apresenta intolerância ou reação alérgica a certos alimentos - e isso cria um novo nicho de mercado para novas empresas e produto!

Entender a origem de um produto garante ao consumidor que ele não entrou em contato com algum outro alimento que possa causar uma reação alérgica, afinal, existem casos tão extremos de alergia que a pessoa não pode ingerir produtos minimamente infectados. As pessoas estão preocupadas se o produto contém glúten, lactose, corantes, flavorizantes, entre outros.

5. Rastreabilidade alimentar e a nova instrução normativa

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em conjunto com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabeleceram novas regras obrigando a rastreabilidade de frutas, raízes, tubérculos e hortaliças vendidas em forma natural. A instrução normativa (INC n°2 07/02/18), tem como objetivo permitir que os consumidores consigam descobrir a origem dos vegetais fresco, nacionais ou importados, destinados ao consumo humano.

Assim, a partir de fevereiro de 2019, será obrigatório incluir um sistema que permita uma identificação da origem desses produtos, podendo ser desde uma etiqueta até um QR Code. As informações disponibilizadas são: espécie e variedade do vegetal, local de origem, nome do produtor, distribuidor, entre outras.

Com a nova exigência do governo, espera agregar valor ao produto final, garantindo que os consumidores possam comprar alimentos naturais com mais tranquilidade e transparência a respeito de todo o processo pelo qual os alimentos passaram. Bem como rastrear inconformidades como produtos contaminados ou fora do padrão.
Você sabia?

Nosso sistema está preparado para entregar a rastreabilidade dos seus produtos aos consumidores. Por exemplo, a partir de um número de lote, código de barras ou QR Code, é possível rastrear (graficamente e cronologicamente) todas as etapas que resultaram no alimento que o seu cliente está adquirindo!

Isto é, com quais outros lotes e produtos ele foi misturado ('blends'), qual a data de colheita/extração de cada um, quanto tempo ficou na fazenda, no terreiro/máquina de benefício, transporte, etc.
Entre em contato e saiba mais! Agrosolutions, tecnologia da informação a serviço do campo!

Sobre o autor

Eduardo Rezende
Formado em Ciências da Computação pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e pós graduado em Consultoria Empresarial pela Fundação Instituto de Administração (FIA/USP). Eduardo tem mais de 10 anos de experiência no mercado de TI atuando como consultor de projetos em grandes empresas nacionais e internacionais. Eduardo também é produtor rural e diretor na agrosolutions.

Compartilhar:
Compartilhar no WhatsApp Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter

Veja também!